Decisão
foi comunicada por Monarco, que não gostou das declarações do colega
contra a diretoria. Escola já definiu parte das punições contra
compositores que participaram de briga na quadra.
O compositor Noca não faz mais parte da
Velha-Guarda Show do G.R.E.S. Portela. O sambista foi excluído por
decisão do líder do grupo musical e presidente de honra da escola,
mestre Monarco, que não gostou da postura do colega após a definição do
samba-enredo para o Carnaval 2017. Depois de perder a disputa para a
parceria liderada por Samir Trindade, Noca, em declarações feitas à
imprensa, criticou duramente a diretoria e questionou a lisura do
resultado.
Para Monarco, o comportamento de Noca foi totalmente deselegante.
– “Ele errou muito ao ter essa postura
contra a diretoria só porque perdeu a disputa. Todos viram a forma
transparente como foi feita a escolha do samba para o próximo desfile.
Ninguém pode questionar! Quero registrar aqui o meu protesto. Ele não
respeitou a memória do nosso presidente Marcos Falcon e nem o nosso
atual presidente Luis Carlos Magalhães ao falar este tipo de coisa por
aí. Não respeitou também as dezenas de componentes da escola que
formaram a comissão julgadora”, lamentou Monarco, que disse ter aceitado
pedido unânime feito pelos demais membros da Velha Guarda antes de
adotar a punição.
Sobre a decisão de Noca de abandonar a
escola, como foi propagado pela imprensa, Monarco disse que esta é uma
atribuição da direção. O presidente de honra reafirmou, ainda, total
apoio ao atual presidente e sua diretoria.
– “Vou acatar qualquer decisão que venha
a ser tomada. Se o Noca quiser sair da escola, isso é um problema dele.
A diretoria saberá agir diante desta questão”.
Pastora da Velha-Guarda e baluarte, Tia Surica também não gostou nada da postura de Noca.
– “Quem entra numa disputa de
samba-enredo tem que saber perder também. Se não sabe perder, é melhor
nem entrar na brincadeira. O Noca nunca poderia ter este tipo de
atitude. É um desrespeito com a nossa Portela. Às vezes ele parece que
nem é portelense, porque o portelense preza a imagem da escola acima de
tudo. A vitória do samba campeão foi incontestável”, analisou.
Inconformada com a briga dentro da quadra, a baluarte defendeu punição
severa a todos os envolvidos.
– “Aquilo (a confusão) nunca tinha
acontecido dentro da Portela. É algo inadmissível. Estou muito chateada,
porque foi um desrespeito à memória do Falcon e também ao nosso atual
presidente”, completou.
Quem também rebateu as críticas de Noca
foi a diretoria da ala de compositores da Portela. Ao contrário do que o
sambista afirmou quando disse que a vitória do samba de Samir foi um
desrespeito à ala, Jane Garrido e Walter Alverca, que dividem com
Arlindão Mathias o comando do grupo, garantiram que o resultado era
mesmo o desejo da maior parte da escola.
– “Foram 42 votos para o samba campeão,
contra cinco para o samba do Noca. O terceiro colocado levou um voto.
Houve ainda uma abstenção e uma pessoa que faltou. Foram 50 julgadores,
por isso não se pode questionar o resultado de maneira alguma. A
diferença de votos já diz tudo”, ressaltou Jane, que lembrou que o
critério de julgamento dos sambas – com todos os segmentos com direito a
voto – é o mesmo desde 2013, quando a chapa Portela Verdade, tendo
Marcos Falcon como vice-presidente, assumiu a escola. Noca, inclusive,
que foi o vencedor em 2015, não fez nenhuma reclamação sobre o critério
de escolha naquele ano.
Punição a compositores
A diretoria da Portela definiu, na noite
deste sábado (15), as primeiras medidas administrativas que serão
tomadas contra os envolvidos na briga ocorrida na quadra, na madrugada
deste sábado, após o anúncio do samba vencedor. Como punição pela
postura agressiva diante da derrota, a parceria que ficou em segundo
lugar, bem como o terceiro grupo finalista, não receberão o repasse do
dinheiro referente aos direitos autorais da obra campeã. Pela divisão,
adotada pela diretoria de forma pioneira entre as escolas do Grupo
Especial, o samba vencedor fica com 75% do montante. O segundo lugar
leva 10%, assim como o terceiro colocado. Os 5% restantes vão para a ala
de compositores.
Diante do lamentável episódio, a
diretoria vai manter os 75% para a parceria campeã, no entanto, não irá
repassar nada para o segundo colocado nem para o terceiro. Os outros 25%
do valor irão integralmente para a ala dos compositores. A quantia será
usada para custear despesas com eventos e os figurinos da própria ala
que serão usados no próximo desfile. Vale ressaltar que a tradicional
divisão voltará a ser adotada em 2018.
A direção da agremiação também decidiu
expulsar Vinícius Ferreira da ala de compositores por envolvimento na
briga dentro da quadra. Vinícius integrou a parceria de Noca da Portela e
Diogo Nogueira. Já Muguinho, que era da parceria do Samba dos Crias, a
partir de agora, também está impossibilitado de participar de novas
disputas de samba.
A punição também foi adotada para Vitor
Rangel, que integrou a torcida do samba de Noca. Ele está proibido de
realizar qualquer atividade na agremiação. A diretoria informa, ainda,
que segue reunindo imagens para tentar identificar outras pessoas que
participaram do tumulto na quadra. Todas elas serão punidas
exemplarmente.
Por fim, a direção da Azul e Branco
declara que repudia veementemente as postagens ofensivas feitas por
Danielle Vilela, neta de Noca, contra integrantes da diretoria, em seu
perfil no Facebook. O departamento jurídico já está analisando o teor
das mensagens para decidir se tomará as medidas judiciais cabíveis.
FONTE: CARNAVAL CARIOCA
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