O candidato Marcelo Freixo (PSOL) para Prefeitura do Rio de Janeiro
teve um encontro com sambistas nesta sexta-feira, no Cais da Imperatriz,
Zona Portuária, para falar sobre suas propostas para o carnaval do Rio.
Freixo comprometeu-se, caso eleito, criar uma subsecretaria municipal
do carnaval e expandir o diálogo com as escolas de todos os grupos além,
dos blocos de rua. Ainda durante o encontro, o candidato do PSOL propôs
democratizar o acesso aos desfiles das escolas do Grupo Especial. Ele
pretende trabalhar em parceria com a Liesa para garantir preços
populares na arquibancada e não limitar as classes mais humildes ao
primeiro ou aos últimos setores da Sapucaí.
–
Há quatro anos, quando pensávamos em uma possível candidatura passei a
ter encontros para ouvir as necessidades de cada setor e, me falaram que
tinha um grupo ligado ao carnaval que queria conversar comigo. Na
época, me reuni com um grupo pequenininho, composto de sambistas e
alguns jornalistas da área. A partir dali tive ideia de como é complexo e
passei a me interessar mais pelo assunto. Hoje estou vendo como essa
corrente cresceu. Ver todas essas pessoas que estão aqui hoje falando
sobre esse assunto me deixa muito feliz, porque a gente olha para trás e
vê como estava certo. Na ocasião, fui lá para ouvir, e é isso quero
continuar fazendo, ouvindo vocês – garantiu o candidato.
Durante o encontro, Freixo ouviu sugestões de pessoas ligadas aos e
blocos do Rio e escolas de samba. O candidato fez questão de desmentir
boatos de que teria planos de ‘destruir o carnaval’ e por fim na
‘Liesa’.
–
O carnaval é a maior festa que realizamos, e nesse encontro sobre ele
quero começar dizendo que nunca, em tempo algum, escrevemos ou falamos
que queremos destruir o carnaval, as escolas e os blocos dessa cidade.
Muito menos defendemos o fim de qualquer liga que seja, e vou pegar como
exemplo a própria Liesa que é uma das principais entidades
representativa das escolas de samba há trinta anos e faz um trabalho
importantíssimo. Queremos, sim, ampliar a participação do poder público e
trabalhar em conjunto com as Ligas – pontuou o candidato.
Representantes de escolas de samba e de blocos tiveram a palavra
durante o evento e, o que a maioria pediu a Marcelo Freixo, caso eleito,
é que ele repense o modelo de blocos de rua, além de expandir o diálogo
com as agremiações e ressaltar a importância delas para a cultura do
Rio de Janeiro. O jornalista e escritor Fábio Fabato expôs seu
descontentamento com a ‘mercantilização do carnaval’.
–
Carnaval não é meramente turismo, não é meramente Riotur, apesar de ter
um papel fundamental, o carnaval é assunto da secretaria de Cultura,
que tem falhado porque o carnaval virou um carnaval de negócio, um
modelo de mercantilização de uma festa que é pública em essência porque
tem povo. Tem um samba do Salgueiro que tem um verso assim: história
beirando a poesia, o que a gente quer Marcelo Freixo é que vocês façam
história beirando a poesia – disse Fabato.
Em resposta ao público presente, o candidato do PSOL afirmou que a
prefeitura não pode fugir da responsabilidade de fazer o carnaval. Ele
pretende estar próximo das pessoas que fazem a festa acontecer.
– A subsecretaria municipal de carnaval terá como principal função
garantir a participação do poder público na gestão do desfile das
escolas de samba e na organização do carnaval de rua. Isso não significa
o esvaziamento da importância da Riotur. Muito pelo contrário. A Riotur
cumpre um papel decisivo no que se refere às políticas voltadas para o
turismo durante o carnaval. Mas a prefeitura precisa pensar o carnaval
para além do turismo – afirmou Freixo que também se comprometeu em
antecipar o repasse dado às escolas de samba pela prefeitura.
–
Vamos planejar melhor o calendário do repasse dos valores junto com as
escolas de samba. É necessário se passar a verba para as escolas, e
agora já falo de todos os grupos, em junho ou julho. Não podemos deixar
as escolas e suas entidades sem verbas em época que suas atividades nas
quadras estão paradas, e acabarem por isso tendo negociações
complicadas, estando com o pires nas mãos. A questão é estruturar o
carnaval e tornar as escolas cada vez mais independentes
financeiramente, para terem poderes de melhores negociações em geral –
pontuou o candidato que propôs aos presentes conversar com as ‘pessoas
que fazem o carnaval’ para pensar em uma agenda cultural para o ano
todo.
– Andei conversando com os representantes de hotéis e ouvi deles que
preferem ter vários eventos na cidade ao invés de um único grande evento
como o Rèveillon, por exemplo. Por que não fazer uma parceria com os
hotéis para eles levarem seus hóspedes na Portela, ao Império Serrano,
Casa do Jongo? Vamos dialogar com as escolas de sambas e blocos de rua
para desenvolver um calendário de festas carnavalescas fora do período
do carnaval, ocupando diversas áreas da cidade, como é o caso do
Boulevard Olímpico, do Parque Madureira e do Sambódromo. Isso valoriza a
cultura do carnaval, aquece o turismo na cidade e amplia as
possibilidades de lazer dos cariocas.
Escolas da Intendendte Magalhães
Durante sua fala, Marcelo Freixo propôs ajuda também para as escolas de samba que desfilam na Intendente Magalhães.
– A prefeitura deve ter um carinho especial com o carnaval da
Intendente Magalhães. Por isso insistimos na importância da criação de
uma subsecretaria municipal do carnaval. Nosso compromisso é de ampliar
os investimentos nas escolas de samba de todos os grupos. Esse grupos da
Intendente são muito importantes para o carnaval da cidade. Não
queremos que nenhum agremiação desista de existir só porque não desfila
na Sapucaí. E para além de todas as escolas, temos nossos blocos de rua.
Nessa área nosso principal objetivo será reduzir a burocracia e
democratizar a ocupação da cidade durante o período da festa. Para isso,
vamos dialogar com todos os grupos, coletivos e blocos que fazem do Rio
o melhor carnaval de rua do Brasil.
Freixo
grantiu que fará a Cidade do Samba 2 e que gastar com o carnaval é
investimento, não só financeiro, mas fundamentalmente cultural.
– Vamos conversar com todas as escolas de samba para definir o melhor
local e estabelecer um plano de metas para a conclusão da obra da
sonhada sede para a Cidade do samba 2. Existem muitos galpões, fábricas e
armazéns abandonados na cidade que poderiam ser recuperados para
servirem para isso. Um bom exemplo é a antiga fábrica de sabão
localizada na Avenida Brasil. Mas tudo isso tem que ser feito com muito
cuidado e planejamento, respeitando os limites orçamentários do
município. Embora tenhamos clareza que gastar com carnaval é
investimento não só financeiro, porque a festa dá lucro aos cofres do
município, mas principalmente investimento cultural – finalizou o
candidato do PSOL.
FONTE: CARNAVALESCO
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